Reflexões

Mais Autoamor, por favor!!

Há pouco menos de 10 anos, Ygor Marota começou a imprimir sua arte em muros da capital paulista com desenhos e grafites, dando início ao movimento Mais Amor, Por Favor.
Apesar das inspirações de Ygor, podemos afirmar que esse movimento aí não é de agora, começou a pelo menos dois mil anos atrás, com um ativista de nome Jesus Cristo.
Sem clichês religiosos, não podemos negar a contemporaneidade de Jesus e se hoje ele pudesse recriar o termo e estampa-los nas ruas, usaria o Mais AUTOAmor, Por Favor!
Ao reescrever o mandamento “amarás a teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”, ele já afirmava que não é possível amar ao outro sem amar a si mesmo.
Ele reforça o autoamor nas duas partes que o compõe. Na primeira, quando diz para amarmos a Deus, ele nos lembra que somos partícula divina, se todos são Deuses, inclusive eu, todos merecem amor, inclusive eu. Na segunda, salienta que amemos ao outro como a nós, então ele sabe e afirma que se esse sentimento não estiver impresso no meu ser, nada terei para oferecer ao próximo.
Buda também citou “Você, o seu ser, tanto quanto qualquer pessoa em todo o universo, merece o seu amor e sua afeição”.
Ghandi afirmou “Eu e tu somos uma coisa só, não posso te maltratar sem me ferir”.
Poderia citar muitos outros seres elevados que passaram pela terra e falaram a respeito desse sentimento, mas escolhi Jesus pelo alcance dos ensinamentos.
O fato é que devemos refletir em qual extremo vivemos, egoísmo ou falta de amor próprio? Não o “próprio” que passa pelo orgulho de “amo apenas a mim mesmo, ninguém merece meu amor” ou coisas do tipo. Quando o amor é verdadeiro, não há esforço para doá-lo, porque a pessoa que oferece já sente o semelhante como parte de si mesmo.
Como ter compaixão pelo outro se nos julgamos freqüentemente? Como compreender as falhas alheias se nos culpamos o tempo todo? Como valorizar sem enxergar meu valor? Como manter a paz se tenho atitudes destrutivas comigo mesmo? E ainda, se muitas vezes não podemos oferecer amor, porque o outro deveria?
Sejamos mais gentis, o mundo padece da escassez de autoamor ao mesmo tempo que clama por esse remédio.
É tempo de trabalhar essa virtude. O autoamor está em alta, virou “modismo”? Sim, que bom, toda oferta existe pela demanda que a antecede. As condições em que nos encontramos neste momento de transição planetária exige e favorece uma postura diferente, porque ser resistente a esse fluxo?
Particularmente desejo e acredito que que um dia teremos Amor para transbordar, capaz de ser oferecido sem esvaziar aquele que o transfere, e que permitirá se misturar ao do outro sem precisar completar a dose porque todos os “recipientes” serão fartos.
Texto e imagens: Jacqueline Silva
Com: Lorena Freitas
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